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out 28, 2019 editorial Destaques, Opinião 0
* Marcos Lucas
Turismo gera empregos. É praticamente impossível dizer a quantidade de vezes que esta frase foi pronunciada no Brasil na última década. Por ter sido banalizada por autoridades e políticos, deixou de ser uma forma de mostrar a força que a indústria de viagens realmente tem. Nos últimos anos diversos setores se beneficiaram com benesses e incentivos governamentais. Podemos citar a indústria automotiva, o agronegócio e a construção civil como exemplos. E por que o turismo não? Falta de força política em um passado recente e, principalmente, falta de dados convincentes que mostrem o tamanho e o potencial do setor.
Hoje já há uma boa articulação de parlamentares ligados ao turismo em Brasília. Além disso, o próprio Governo Federal, já deixou claro o quanto acredita no setor, que já entrou na sua agenda política e econômica. E os dados? Agora temos também. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) fez uma pesquisa inédita e ampla sobre o mercado do turismo no Brasil.
Os resultados podem ter surpreendido muita gente. No entanto, nós que atuamos no turismo temos a real ideia de como o setor é capaz de contribuir para o crescimento da economia do país. Os dados da CNC mostram que nos primeiros sete meses de 2019, o faturamento do setor foi de R$ 136,7 bilhões. Mais do que isso, é o maior número registrado nos últimos quatro anos. Em um cenário de evolução, o turismo faturou R$ 20,4 bilhões em julho e teve um saldo positivo de 25 mil empregos gerados nos últimos 12 meses.
Este resultado se deve ao desempenho de alguns segmentos, como hospedagem e alimentação e cultura e lazer. A pesquisa mostra ainda que entre julho de 2018 e julho de 2019, todas as regiões do país tiveram saldo positivo de empregos. Mesmo em um cenário que podemos chamar de recessivo, foram criadas 12 mil novas vagas no Sudeste; 6,1 mil vagas no Centro-Oeste; 3,3 mil vagas no Sul; 2,3 mil vagas no Nordeste e 1,2 mil vagas no Norte. Não é pouca coisa. Isso porque é praticamente um crescimento orgânico.
Isso demonstra o tamanho do potencial do turismo no país. Mas podemos demonstrar o exemplo do estado de São Paulo, que com um incentivo mínimo pôde ter um resultado excepcional. O governo do estado diminuiu a alíquota do ICMS sobre o Querosene de Aviação contanto que as companhias aéreas inserissem mais voos. O resultado: somente no primeiro semestre deste ano o Turismo gerou 6,5 mil vagas de empregos no estado; ganhou 700 novos voos; e registrou um crescimento de 7,7% na atividade turística. A conclusão é que basta um estímulo mínimo e um pouco de atenção para que o turismo consiga desenvolver o seu papel na economia do país.
* Marcos Lucas, agente de viagens e presidente da Aviesp
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