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maio 17, 2018 editorial Destaques, Destinos 0
Manifestação popular surgida por volta da segunda metade do século passado, o samba de matuto – folguedo reunindo diversas influências rítmicas, cantoria e dança própria – mereceu um importante trabalho de resgate no município de Tamandaré, litoral sul de Pernambuco. E, hoje, essa expressão folclórica local está bem viva através dos brincantes do grupo Leão do Norte, criado em 1953.
“Outrora, as pessoas se reuniam para, juntas, buscar formas de lazer e diversão”, situa Márcio André Santos Morais, historiador e pesquisador responsável pelo projeto de recuperação dessa brincadeira. “O samba de matuto resultou da mescla de ritmos nordestinos semelhantes – improvisados em loas por cantadores e tocadores – com o forró e coco de roda, porém com batidas mais firmes e acentuadas”, resume.
Em Tamandaré, o samba de matuto chegou trazido por alguns mestres de Alagoas, mas ganhou características locais. A influência alagoana no município pernambucano se explica pela maior proximidade cultural com o vizinho estado em relação, por exemplo, a Recife ou Olinda.
“Atualmente, o samba de matuto, especificamente o do nosso Leão do Norte, revela música e dança genuinamente enraizadas em Tamandaré, com peculiaridades só aqui encontradas. Pode ser o único brinquedo, ou um dos únicos, desse gênero existente em Pernambuco e no Brasil”, pondera Márcio André.
A dança ocorre em uma formação de dois cordões de baianas, balançando e fazendo movimentos coreográficos, conforme o ritmo tocado aleatoriamente, se parecendo com o forró, o xote, o samba de coco ao mesmo tempo, ou seja, uma mistura sonora. As evoluções dos brincantes acompanham o comando do mestre cantador, através de apitos: as baianas trocam de posição, giram e voltam às respectivas filas.
São personagens do samba de matuto o mestre cantador (responsável pela improvisação dos versos e loas cantadas e pelo comando da brincadeira), os tocadores (executam os ritmos, sempre na retaguarda dos brincantes), as baianas (elas formam os dois cordões e executam passos coreográficos e evoluções, ensaiados ou espontâneos e improvisados) e a porta bandeira (com as tarefas de conduzir o estandarte, de servir de referência para às evoluções dos cordões e de representar o cortejo).
Para ritmar as loas do mestre cantador, o samba de matuto tem sua base sonora no bombo (tambor de madeira e pele de cabrito; tocado pelo “bombeiro”), o triângulo (instrumento musical de percussão feito de metal), o ganzá (um tipo de chocalho) e o agogô (instrumento de origem africana, com dois cones de metal ligados por uma alça, dos quais se estrai som batendo com um ferrinho).
Particularmente em relação ao Leão do Norte, grupo de samba de matuto de Tamandaré, seu mestre cantador é José Ferreira da Silva e seu mestre tocador, José Soares dos Santos. O pesquisador Márcio André, ele também um brincante, ajuda na percussão.
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