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jul 02, 2021 editorial Destaques, Opinião 0
Ricardo Guerra*
Simbolicamente, o Coronavírus chegou ao Brasil no dia 26 de fevereiro de 2020, via São Paulo. Desde março/20 até os nossos dias, o que considero o mal do século XXI, portanto há 16 meses, a pandemia maltrata, castiga e mata a humanidade. No Brasil, livrou por um triz apenas o Carnaval daquele ano, mas logo em seguida todos os eventos a partir da Semana Santa foram atingidos pelo COVID-19. Vivemos a 2ª edição numa “terceira” onda sob os auspícios da Corona, a peste do mundo atual.
No mês de junho, sobretudo aqui no Nordeste, tudo é São João. Todos nós sabemos que o Turismo foi o setor mais atingido pela COVID-19. O setor turístico é muito amplo. Abrange 53 atividades econômicas. Então, o efeito é exponencial. Os vasos comunicadores têm dimensões inimagináveis. Por isso, assistimos o Coronavírus atingir todas as nossas manifestações culturais, sociais, folclóricas, populares, cívicas e turísticas.
Especificamente, São João não é apenas uma festa, mas um ciclo que compreende todo o mês de junho. Oficialmente, inicia-se com as celebrações dos santos católicos: o Santo Antônio (13/06), o São João (24/06) e o São Pedro (29/06). É uma festa que envolve os nove estados nordestinos, gerando empregos, distribuindo rendas, mantendo negócios e multiplicando ocupações. Dinamiza a economia e aquece o agronegócio!
De fato, o São João é uma festa europeia. De tradição portuguesa. Trazida para o Brasil, ela se manifesta de norte ao sul do país, mas nada como o São João nordestino. Em Pernambuco o principal símbolo é o Arraial. Pátio e Palhoções. E dai vem os fogos, a fogueira, os fogos de artifícios, balões e bandeirinhas. As danças, os figurinos com os trajes típicos chamados de matutos. A música é riquíssima. Quanto aos ritmos do São João ai, é uma pauta interminável. Uma profusão de ritmos: baião, xote, xaxado, Bandas de forró, o autêntico “Trio Pé de Serra” formado pela sanfona, zabumba e o triangulo. A música brega, o sertanejo, bandas de pífanos, bacamarteiros e outros ritmos que agrega ao nordestino.
A gastronomia é um capitulo espetacular. Tudo de milho que se possa imaginar como pamonha, canjica, bolos variados, pé de moleque, milho verde e assado e uma infinidade de iguarias como o Souza Leão.
Do São João, há um destaque que faço questão de levar em conta que é a Quadrilha. Costumo dizer que a Quadrilha que é uma dança cadenciada própria das festas juninas. É o charme francês que Portugal incorporou ao São João. Daí, as expressões próprias francesas como “anavantús”, “anarriês”, “balancês” e por ai se vai. É o it da França. Vale lembrar que, atualmente, as quadrilhas são estilizadas. Elas têm enredo, evolução, harmonia, conjunto, coreografia, história, carros alegóricos. São pequenas escolas de samba. Produzem verdadeiras apoteoses!
Tenho certeza que no próximo ano, vibrarei com a quadrilha “Traquejo”, de Gravatá, que já foi campeã Global. Coreografada pelo também campeoníssimo Wanderson José. Em termos de danças, devemos ainda lembrar o balanço da Ciranda que é encantador e namorador. É o tempo das simpatias e das adivinhações. Tempos dos envolvimentos.
Sou um homem de fé. Por isso acredito no Eterno. Tenho certeza que no próximo ano, voltaremos a viver e a proporcionar inclusive, e, sobretudo, aos turistas o nosso verdadeiro São João. Agendem Permanbuco.
Vocês verão que a “morena Tropicana”, hino de Alceu, voltará a se vestir de matuta com tranças para dançar a quadrilha. Luiz Gonzaga recordará que “a menina quando enjoa da boneca é o sinal que o amor já chegou ao coração”. Gente tenha fé. Acreditem! Alimentem a Esperança!
No próximo ano, na minha Gravatá ou em qualquer lugar do Nordeste, vocês todos vão ouvir e reviver Amelinha cantar: “mulher nova, bonita e carinhosa, faz o homem gemer sem ser de dor” no inspirado dizer de Zé Ramalho. Para os mais idosos como eu, não tem quem resista o apelo de Elba Ramalho: “De volta pro meu Aconchego”.
*Ricardo Guerra, empresário e jornalista (frupel@uol.com.br)
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