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set 18, 2019 editorial Destaques, Opinião 0
*Abdon Barretto Filho
O mundo acordou para o turismo desde de 1979, quando foi criada a OMT – Organização Mundial do Turismo na Espanha e teve sua primeira comemoração em 27 de setembro de 1980, em Madri, Espanha, onde está localizada e integrando a ONU – Organização das Nações Unidas.
No Brasil, as primeiras comemorações foram realizadas em Salvador-Bahia, quando as baianas com suas roupas típicas entregaram “Fitas do Bom Fim ” aos turistas no aeroporto internacional quando embarcavam nos voos que seguiam para a Europa. No Rio Grande do Sul, a primeira comemoração foi uma iniciativa de Santa Maria, em 1984, que apresentou também a primeira cartilha de Conscientização Turística, texto de minha autoria e os desenhos do Byrata, amplamente distribuídas, com apoio da imprensa local.
Em 1984, as comemorações incluíram o “Concerto para 200 milhões de anos”, realizado em Mata, Cidade da Pedra que foi Madeira e lançada a campanha para transformar o Jardim Paleobotânico, com suas árvores petrificadas de 200 milhões de anos em Patrimônio Natural da Humanidade. Um detalhe: 34 anos após houve o tombamento pelo IPHAE, em junho de 2018. Ainda na década de 80, foram realizadas comemorações pelos vários cursos de Bacharelados em Turismo, principalmente na PUCRS-Porto Alegre e na UNIFRA Santa Maria.
Geralmente, a iniciativa privada e o mundo acadêmico utilizam a data festiva para valorizar o fenômeno com seus vários segmentos e sistema que envolve países, estados, municípios, com suas entidades e empresas. Infelizmente, o setor público, com raras exceções, não entende e não compreende o real significado do “Dia Mundial do Turismo”, principalmente porque a maioria de profissionais que exerce cargos políticos no setor público, fazendo as diversas gestões nos órgãos oficiais de turismo, não possui formações acadêmicas para compreender a importância do fenômeno.
Será? São nuvens passageiras que gostam de viajar e pouco contribuem para o desenvolvimento do setor. A maioria exerce cargos e funções decorrentes das trocas de favores e/ou compromissos políticos. Além disso, existem profissionais que trabalham no sistema produtivo inconformados com as abordagens eleitoreiras repetitivas e sem resultados, refazendo os mesmos planos e projetos, sem recursos financeiros para execuções. Muitas promessas e poucos resultados. Além disso, os baixos salários e a realidade do mercado estão acabando com os cursos universitários. Convém salientar, que é lamentável que o turismo seja tratado como política de governo eleito.
Sempre querem inventar algo que já foi planejado e organizado criticando as realizações dos governos anteriores. O ideal é o tratamento profissional como uma política de país, Estado, Município e não com equívocos sequenciais destruindo as esperanças de milhares de turismólogos e profissionais que estão preparados para ocuparem cargos e funções devido aos estudos, pesquisas e acompanhamentos dos exemplos no mundo.
Mas, sejamos otimistas. Sempre. Ainda bem que os empreendedores e empresários integrantes do sistema produtivo, com o apoio indispensável da mídia que valoriza as boas notícias, cumprem seus papéis incentivando o turismo como gerador de emprego e renda, além de melhorar a autoestima da população local do núcleo receptor.
Parabéns aos profissionais do setor que cumprem suas funções recebendo e enviando pessoas, gerando boas experiências e contribuindo na busca da felicidade. Acorda Brasil, porque o mundo já acordou para o turismo. Menos política, mais trabalho profissional para ajudar na eliminação da crise econômica. Será possível? Respeitam-se todas as opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.
Abdon Barretto Filho, professor e economista
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