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maio 03, 2021 editorial Destaques, Opinião 0
Leandro Alberto Mura*
Há um ano, no início do outono de 2020, sem ainda muita noção do que iria acontecer, um pequeno grupo de colegas, guias de turismo, reuniu-se com o objetivo de avaliar notícias cada vez mais graves sobre o que ficou conhecido como a pandemia Covid-19.
O que tínhamos, já confirmado, era um cenário de paralisação total de atividades, inclusive as turísticas, pois a manifestação dessa enfermidade virulenta dava-se pelo contato próximo entre pessoas, nos simples atos de respirar e de falar e vinha se alastrando pelo mundo, requerendo como principal medida preventiva aquilo que ficou posteriormente conhecido como “distanciamento social”.
Nesse contexto nasceram duas associações de classe: inspirada na experiência existente da Liguia-RJ, surge a Liguia-Foz, sediada em Foz do Iguaçu, pretendendo cuidar dos interesses dos guias da região. Uma vez estabelecido dessa forma, restou-nos, em seguida, formar a Liguia- PR, sediada em Curitiba, pretendendo uma abrangência estadual, excetuando-se obviamente a região do extremo Oeste.
Houve, na verdade, dois motivos para estes movimentos: talvez, o motor de arranque tenha sido a situação da pandemia, que se instalava.
Por iniciativa da Liguia Foz, alguns dias antes, com a participação de um parlamentar, deputado estadual, foi elaborado um projeto de lei (PL-297) que objetivava conseguir do governo estadual uma “ajuda emergencial” de socorro aos guias de turismo, de caráter mensal e com duração até a decretação final do chamado “estado de pandemia”. Imaginávamos até o final de 2020, início de 2021, o mais tardar.
Uma outra foi a percepção da necessidade de uma maior atuação da classe rumo às suas demandas e lutas, o que, segundo argumentação constante e perceptível, não vinha sendo cumprido de forma satisfatória pelas associações existentes. Pode-se discordar, há argumentos contrários a essa visão, não vamos aqui polemizar.
Fato é que, lutamos… e perdemos. O PL-297 foi rejeitado na ALEP.
Entretanto, apesar da derrota final quanto ao PL-297, fortalecemo-nos ainda mais como classe trabalhadora, categoria autônoma, cuja atuação coroa a atividade turística em qualquer parte do planeta. Não se pode imaginar atividade dita turística que não esteja acompanhada do profissional “guia de turismo”, devidamente preparado e competente para apresentar aquele destino e conduzir segura e adequadamente o visitante, discorrendo sobre a história, a cultura e a contemporaneidade locais.
E este objetivo da Liguia- PR tem sido atingido!
Neste 1º ano de sua existência, legal e devidamente registrada, contamos já com uma centena de associados, desenvolvemos inúmeras atividades de integração, parcerias, treinamento e aprimoramento profissional, além de buscar maior aproximação junto ao trade e às instâncias oficiais que regem o setor.
Há lutas, cujos resultados não dependem exclusivamente de nós, por estarem atreladas à máquina governamental, à legislação e a movimentos de parceria com o poder público.
E, mesmo nestes casos, não nos omitimos. Estamos sempre dispostos ao diálogo, prontos a integrar os processos, solícitos no atendimento ao que nos concerne e, com a melhor intenção, propondo sugestões, visto sermos parte integrante, ativa e um forte elo na corrente do trade turístico.
O que conseguimos neste primeiro ano de vida é muito significativo, nossos associados podem testemunhar. Queremos ainda mais, para o fortalecimento da classe, do guiamento de turismo, não somente em Curitiba, mas em todo o Estado; consequentemente, gerando o fortalecimento da própria atividade turística no Paraná.
E isto só se constrói com a participação efetiva de todos os atores dessa cena: nós, guias de turismo, as associações, as agências, transportes, as instâncias governamentais, enfim… todo o assim chamado, trade turístico.
Parabéns Liguia-PR! Parabéns aos guias paranaenses e ao turismo no Paraná! Vida longa e sucesso!
*Leandro Alberto Mura, guia de turismo Paraná, nacional e América do Sul, vice-presidente da Liguia-PR
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