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maio 26, 2021 editorial Destaques, Opinião 0
Leandro Alberto Mura*
“ Já havia estado aqui antes, mas agora foi completamente diferente, muito melhor, sem dúvida…” (sic)
“ Nossa, impressionante como o passeio se torna muito completo, mais atraente… as suas explicações, a história, os detalhes… sozinhos, a gente só olha, fotografa… mas não tem a menor idéia de tudo isso, do significado…” (sic)
“Já tinha feito o trem antes… mas olha, dessa vez valeu, valeu mesmo! Valeu cada centavo!” (sic)
“A gente foi no ônibus, aquele da prefeitura… é muito legal… mas, agora, aqui nesse by night, com as suas explicações, percebemos quanta coisa ainda existe, quanto detalhe, quanta riqueza por trás de cada prédio, de cada monumento…” (sic)
São apenas algumas frases que tenho ouvido durante o trabalho, ao longo de quase dez anos de minha experiência no guiamento de turismo. E, com certeza, muitos colegas podem dizer o mesmo.
São expressões de contentamento, surpresa e satisfação dos turistas, quando conduzidos de forma responsável, adequada e por quê não dizer, apaixonada, por gente que estudou, pesquisou, aprimorou-se no bem receber e comunicar e, de contínuo, segue colaborando na realização de um sonho!
São as mais autênticas expressões de turistas encantados por terem sido atendidos por um profissional chamado guia de turismo!
Conduzir turisticamente, o que chamamos de “guiar”, é uma arte, a arte de transformar alguns sonhos em realidade, em algo magicamente palpável. Não pensem alguns que estou exagerando, com uma espécie de discurso poético… é a mais absoluta verdade!
Imagine o turista que sonhou, realmente sonhou conhecer tal destino… pesquisou, planejou, pensou em tudo, economizou para que aquele futuro momento pudesse ser perfeito! É o que todos nós fazemos quando pensamos em viajar.
Imagine agora esse turista, já no destino, achar-se completamente desorientado, sem informações adequadas, sem logística quanto aos seus deslocamentos e distâncias, quanto ao que visitar, ao que ver, onde comer… concordaria comigo que o sonho parece ter- se dissipado?
Imagine o seu turista com aquela sensação de “será que estou acertando?”… “preciso aproveitar da melhor forma, não posso errar… foi muito difícil chegar aqui, essa viagem tem que ser perfeita…”.
O sucesso desse sonho, iniciado com assessoria de um bom agente de viagens será total se o processo tiver a participação de outro importante e imprescindível ator, o guia de turismo.
Vou procurar explicar tomando como exemplo o cenário curitibano e paranaense… pergunta-se:
– quem poderia contar a história da cidade, suas origens, o quê significa o seu nome?
– quem revelaria os mistérios que compõem a alma curitibana, seus costumes, seus sotaques?
– quem apresentaria com detalhes geográficos e geológicos o Guartelá, considerado o 6º canyon do planeta em extensão?
– quem ensinaria ao turista que piá vem de “pyã”, que significa “meu coração”, mas refere-se apenas aos meninos?… às meninas reservou-se o “guria” dos gaúchos…
– quem desvendaria com emoção, aos olhos do turista, uma das maiores maravilhas do mundo, as Cataratas do Iguaçu?
– quem explica ao turista por quê aqui se come “pão com vina”, quando o que se vê ali no pão é uma salsicha?
– quem poderia comentar a Curitiba contemporânea, o quando e como se deu esse salto para ser considerada uma smart city?
– quem revelaria ao turista que o Paraná é grande produtor agrícola (grãos, soja), mas com forte vocação industrial e tecnológica?
– quem traduziria para o turista a importância da riqueza étnica e cultural que construiu o Paraná?
– quem poderia esclarecer o visitante mostrando um Paraná rico e pujante, que vai dos 373 anos de Paranaguá aos apenas 74 de Maringá?
E poderíamos discorrer muito tempo sobre esse tema e as inúmeras perguntas existentes. Ao final, apenas uma resposta: neste caso específico, o Guia de Turismo Regional Paraná!
Cabe a este profissional esta função… é quem vai na “ponta da lança”, como costumo dizer, exercer a importante missão de coroar, de abrilhantar todo o trabalho iniciado, quase sempre, pelo agente de turismo. O agente planejou e vendeu… o guia, interpreta e executa! O agente participou do início do sonho… o guia participa da concretização!
Muito bem! Guia de Turismo no Brasil é profissão de nível técnico, reconhecida pela Lei Federal Nº 8.623, de 28/01/1993.
Não é o mesmo que Turismólogo (a), que em geral atua na gestão do trade… De nível técnico, o profissional Guia de Turismo deve necessariamente possuir recursos intelectuais que o capacitam a executar a importante função de liderar grupos, conduzir turisticamente e comunicar com excelência. Temos guias de turismo de nível superior, de formações diversas, muitos bilíngues e alguns até poliglotas.
Como já mencionado, a profissão é determinada por lei federal, administrada e chancelada pela outorga de uma credencial do Cadastur, periodicamente renovada, segundo critérios estabelecidos.
Somos portanto, por definição, “prestadores de serviços turísticos”!
Nossa luta tem sido por reconhecimento, que somente se evidenciará com a regulamentação da profissão pelo município e pelo estado!
Pelo exposto e por muitos motivos mais, acreditamos ter esse direito, de ter regulamentada a nossa profissão!
Com a regulamentação conseguiríamos conter e até mesmo acabar com a “pirataria” existente no segmento. Sem o devido credenciamento, tal ação exercida por muitos, há décadas, caracteriza-se como ilegal, já que existe oficialmente a profissão. Tudo agora depende de regulamentação!
Pela regulamentação municipal e estadual da profissão Guia de Turismo!
Por um turismo responsável e forte no Paraná!
* Leandro Alberto Mura, guia de Turismo Paraná e nacional/América do Sul, vice-presidente da Liguia-PR
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