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set 25, 2019 editorial Destaques, Opinião 0
*Marcelo Melo
Em 1995 comecei minha trajetória como especialista em educação internacional. Desde então, acompanhei milhares de intercambistas e visitei repetidas vezes os principais destinos para estudar no exterior. Com o passar dos anos, o melhor sentimento dessas experiências foi perceber a evolução de quem faz intercâmbio, seja pela capacidade de se adaptar e aprender com outras culturas, ou pelo atingimento do objetivo maior da viagem: aprender um novo idioma, dar um upgrade no currículo ou mudar o foco profissional.
O mercado de educação internacional também se transformou de forma gratificante nos últimos anos: aumento na oferta de opções para estudantes do Brasil, surgindo diversas possibilidades para pessoas com renda menos favorecida e alternativas para quem deseja estudar e trabalhar na área de formação, e até mesmo opções para quem pretende ter um futuro profissional em outro país. Resultado: aumento no número de alunos focados em capacitação internacional e mais brasileiros globalmente qualificados. Outro fato relevante é o crescimento contínuo e independente das questões político econômicas do Brasil, quando estamos em “crise”, os brasileiros veem a educação internacional como solução para se manter no mercado de trabalho, e quando a economia do país ajuda, cresce ainda mais o interesse por investir em conhecimento global.
O ano passado foi um bom exemplo, mesmo durante a crise, houve um crescimento de 20,4% no número de estudantes fazendo intercâmbio: foram 365 mil alunos segundo a Belta – Associação Brasileira das Agências de Intercâmbio. A maioria dos brasileiros investe cursos de idiomas com trabalho temporário, cursos de aperfeiçoamento de idiomas e cursos de nível superior: graduação, pós, diplomas ou certificados. Também contribuindo para disseminação da cultura de estudar fora, temos o crescente compartilhamento de experiências de viagens nas redes sociais. Que costuma motivar novos adeptos, mas tem como ponto de atenção o excesso de conteúdo não confiável, que acaba dificultando a escolha do destino ideal e adia os planos dos pais e alunos que se sentem inseguros. Então para resolver, vamos lá…
Recomendação dos primeiros passos:
1. Escreva em um bloco de notas os seus objetivos e as preferências para o seu intercâmbio.
2. Em seguida, compartilhe suas informações com um especialista em intercâmbio. É essencial que ele também se preocupe em entender o seu perfil e ao final apresente a solução que melhor combina com as suas necessidades.
3. Confirme as informações recebidas em fontes seguras: sites dos consulados/embaixadas, órgãos de acreditação internacional, sites de empresas com referência comprovada e até mesmo site oficial das companhias aéreas.
4. Planejamento de tempo e orçamento! Essencial em toda viagem internacional e será a sua referência para definir a data de matrícula e embarque da viagem.
Quanto custa fazer um intercâmbio? (Cabe no seu orçamento?)
Essa é a pergunta que todos se fazem e que muitas vezes demoram um bom tempo para encontrar a resposta correta. Se o plano é estudar inglês por um mês, durante o período de férias, o Canadá, África do Sul e Malta oferecem opções entre R$ 6.000 e R$ 8.000, incluindo curso, acomodação e traslado. Esse valor pode ser pago parcelado em 12x de R$ 600 (aproximadamente). Uma passagem aérea pode custar entre R$ 3.000 a R$ 5.000, que também poderá ser parcelado. Com o custo de vida do local escolhido, esse investimento total ficará entre de R$ 10 a R$ 15 mil reais. Se o plano é ficar um tempo maior estudando, com permissão temporária de trabalho, o investimento do curso será a partir de R$ 12 mil reais. Nesse caso os destinos mais comuns são a Irlanda, Austrália e Nova Zelândia. Sendo necessário nesse orçamento incluir acomodação, passagem aérea e custo de vida. A remuneração do trabalho no país destino será um auxílio para cobrir as despesas do aluno durante o intercâmbio.
Como o investimento de um intercâmbio envolve valores relevantes, é essencial fazer a escolha correta do destino, definir a duração, data de embarque, prever exigências de visto, analisar a antecedência da viagem e selecionar o intercâmbio. Parece muita coisa, mas não se assuste, vamos organizar o seu projeto desde o início…
O primeiro passo é entender o que você pretende com essa viagem: se for uma viagem por turismo, o retorno sobre o investimento em educação é muito pequeno. Se a intenção é se comunicar em outro idioma, por exemplo, já vale começar as fazer as contas, levando em consideração:
Qual o seu custo de vida semanal no Brasil? alimentação, transporte, diversão e moradia.
Quais os gastos que tem com aulas de idiomas, cursos de especialização ou curso superior?
Qual o retorno você espera ter com o investimento que vai fazer?
O papel do especialista em intercâmbio é identificar suas características e combinar essas informações com o destino e programa ideal para você. Nesse momento alguns itens serão considerados no cálculo da sua viagem: destino do curso ou programa de intercâmbio; acomodação e transporte local; passagem aérea internacional; custo de vida durante semanal durante a viagem; despesas com passaporte e visto
Com tempo, será fácil entender todas as variáveis utilizadas no cálculo acima. Veja abaixo alguns detalhes para quem deseja estudar inglês no exterior:
Duração do intercâmbio: 2 a 24 semanas é o período de estudos mais comum para um curso de inglês. Se o seu nível for básico você precisa de 5 a 6 meses estudando para se tornar fluente. Se o seu nível é intermediário levará de 3 a 5 meses. Se o seu nível é avançado levará de 1 a 3 meses. Destacando que não é obrigatório você estudar pelo tempo máximo sugerido, pois sempre será respeitado o seu tempo e orçamento disponível.
Carga horária do curso: 15 a 30 lições por semana. Enquanto no Brasil você estuda 2 a 4 lições por semana, no exterior você terá um volume de aulas aproximadamente 10x maior. Em outras palavras, um mês estudando no exterior equivale há dez meses de estudos no Brasil. Quanto maior carga horária do curso, mais rápido você evolui.
Opção trabalhar durante o período de estudos: trabalhar durante o período de estudos não é uma obrigação, nem é recomendado para todos. Tudo depende do tempo que você tem disponível para viajar e do que você busca de retorno nessa viagem. As opções de cursos que envolvem estudo com permissão de trabalho, tem duração de quatro a seis meses, e requer algumas atenções para o processo de visto/imigração.
Acomodação: as casas de família funcionam melhor para programas com a duração de um a três meses, em alguns países no máximo um mês. As famílias hospedam alunos e recebem uma ajuda de custo, em troca oferecem um quarto em boas condições. As refeições podem ou não estar incluídas, essa opção varia por destino. Já as residências estudantis podem ser casas compartilhadas com outros alunos ou estruturas de hospedagem similares a hotéis/pousadas. Também tem características peculiares que variam por destino. Algumas escolas também oferecem a opção de hospedagem em hotel.
Passagem aérea: o valor é influenciado pelo período de embarque, quando mais próximo dos meses de férias, maior o valor da passagem. Um mesmo trecho internacional pode custar três vezes mais barato, se a viagem for realizada na baixa temporada. Também influenciam no valor final da passagem: antecedência da compra, companhia aérea utilizada, quantidade de escalas e tempo total da viagem. Muito cuidado com a utilização dos sites de busca e venda de passagem, a maioria não deixa claro as regras de cancelamento, alteração e suporte durante a viagem. A recomendação é utilizar o especialista em intercâmbio ou o site das próprias cias aéreas para comprar a passagem.
Transporte, alimentação e outros custos de vida: transporte público funciona muito bem na maioria das cidades destinadas a intercâmbio e esse valor deve ser incluso no orçamento. Em algumas cidades menores, bicicleta também pode uma boa opção. Já a alimentação e outros custos de vida vão depender dos hábitos de cada um. Em Londres, por exemplo, onde a Libra custa quatro a cinco vezes o valor do real, você pode almoçar gastando o equivalente a R$ 20 ou R$ 100, depende das suas escolhas. Essa conta final precisa ser feita com base nas características de cada um, e também considerar a possível localização da acomodação.
Formas de pagamento e câmbio
* Parcelamento do intercâmbio: para facilitar o pagamento dos programas, é possível encontrar durante o ano promoções que oferecem parcelamento sem juros. Essas promoções são sazonais e normalmente envolvem uma negociação entre escola, agência e operadora de cartão de crédito. Outro caminho são os parcelamentos com juros ou com uma taxa fixa, que costumam valer a pena nos casos em o aluno não tem o montante total da viagem. Esse meio de pagamento é o cartão de crédito, podendo ser necessário aumentar o limite do cartão de crédito ou utilizar vários cartões de crédito para compor o valor.
* Pagamento convencional (sem cartão de crédito): a forma de pagamento tradicional é feita através de um valor de entrada, normalmente 30% do valor do intercâmbio, e o saldo restante vai sendo quitado através de pagamentos parciais com a última parcela sendo até 45 a 60 dias antes da viagem. A data de quitação depende do destino e programa escolhido, em alguns casos pode ser necessário quitar 90 dias antes do embarque, por isso é sempre importante ter antecedência do plano de viagem.
* Câmbio: utilize como referência o câmbio turismo e não o câmbio comercial que muitas vezes é noticiado. Isso porque, todo o valor recebido no Brasil tem como destino o exterior. Também é importante entender sobre flutuação cambial, pois a notícias de alta no câmbio assustam e adiam planos. Na prática são dois caminhos a serem seguidos: se o pagamento for com cartão de crédito, no ato da matrícula é definido o câmbio das parcelas em reais e esse valor não será modificado. No caso de pagamento em reais (sem cartão de crédito) o melhor conselho é não manter as economias em reais, dessa forma o aluno vai amortizando os valores em moeda estrangeira e no decorrer de alguns meses terá uma câmbio médio que não inviabilize o orçamento da viagem.
Um exemplo prático: no final de agosto de 2018 o dólar turismo estava R$ 4,29, final de setembro R$ 4,15 e final de outubro R$ 3,87. Nesses três meses, tivemos um valor médio de R$ 4,10 para o dólar americano. Considerando como exemplo, um intercâmbio de US$ 3.000, estamos falando de uma variação de R$ 570 entre o câmbio mais alto e o câmbio médio. Para um investimento de R$ 12 mil reais, o custo adicional de 5% a 10% poderá ser assimilado no custo total, se você considerar que adiar a viagem ou esperar o câmbio perfeito é um risco de perder oportunidades por você não falar inglês ou não ter uma experiência internacional. Por isso sempre iniciamos o projeto de um intercâmbio definindo claramente os objetivos.
As opções mais procuradas:
Estudar inglês durante as férias (1 a 3 meses); estudar inglês por 4 a 8 meses, com permissão para intercâmbio de trabalho nos Estados Unidos; universidade no Canadá, com possibilidade trabalhar na área de formação e aplicar para migração.
Fazer intercâmbio é simples, o segredo está em dar atenção às etapas do projeto:
1. Ter clareza nos objetivos da viagem; 2. Definir o destino e intercâmbio; 3. Estabelecer datas e orçamento; 4. Fazer acontecer: matrícula, passaporte, visto; 5. Cuidar das expectativas e providenciar possíveis documentos; 6. Realizar orientação pré embarque; 7. Viajar: aeroporto, voo, imigração, primeiros dias do intercâmbio; 8. Utilizar dicas para acelerar o aprendizado durante a viagem; 9. Planejar o retorno para o Brasil; 10. Aproveitar os benefícios do intercâmbio pós-viagem.
*Marcelo Melo, especialista em educação internacional, diretor de Belta, sócio da IE Intercâmbio
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