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maio 18, 2021 editorial Destaques, Opinião 1
* Leandro Alberto Mura
Todos conhecem a fama de Curitiba como cidade modelo, referência em urbanismo e qualidade de vida, fama que nasceu na década de 1990, na esteira de projetos urbanos que uniam vários fatores. Alguns pré-existentes, a paisagem natural, seu relevo, rios e matas; outros, como a inegável influência das mais distintas culturas que compuseram o tecido humano da cidade. São reconhecidas a importância e a influência dessa rica composição étnica e cultural que formou o Sul do Brasil, mais particularmente o Paraná e sua capital.
Tenho a percepção inequívoca de que, além desses motivos, um outro fator contribuiu para o tão comentado e reconhecido status alcançado por Curitiba: as sucessivas administrações municipais que, na mencionada década de 1990, foram todas do mesmo grupo profissional-técnico-político, oriundo do IPPUC, cujos objetivos foram perseguidos com as intervenções pontuais (observadas por Jaime Lerner, em Acupuntura Urbana) que geraram projetos inovadores, de forte apelo visual, novidades no transporte urbano, além das propostas de desenvolvimento sustentável, que buscavam unir funcionalidade urbana com qualidade de vida.
Recordo-me de haver chegado a Curitiba em 1991, restando pouco tempo à administração Lerner; aos poucos, fui me inteirando do modus vivendi e da política local, visto ser definitiva a minha permanência aqui. Assisti às transformações da cidade, os parques, os memoriais, as inovadoras soluções no transporte público urbano (bi-articulados, estações-tubo), as Ruas de Cidadania, os binários e trinários e tantas outras novidades. Este é o cenário, o pano de fundo…
Dentre as profundas transformações de Curitiba está aquela que fez da capital um grande centro receptor de eventos, de congressos e simpósios, causando sem dúvida, um enorme impacto no segmento do Turismo. Nascia a Curitiba moderna, inovadora, cosmopolita e, por extensão, turística. Aquela capital, sempre lembrada pelo frio e pela umidade, começa a surgir como smart city, uma cidade inteligente, inserida nos conceitos contemporâneos de qualidade de vida e sustentabilidade.
Entretanto, o processo de crescimento que fez a fama da cidade, além de transformá-la, propôs um enorme desafio!
A população quase dobrou, somos hoje quase dois milhões, sem considerar a região metropolitana. O trânsito viário acompanhou esse crescimento impressionante. O que me trouxe a toda essa reflexão é o fato de que algumas coisas não acompanharam esse desenvolvimento, do ponto de vista do Turismo. Rapidamente, menciono aqui as condições para os ônibus fretados: nossos parques e memoriais são lindos, plenos de significados históricos e culturais… mas as condições estão insuficientes, quase caóticas… Por exemplo: estacionamento do Parque Tanguá (no mirante), um verdadeiro gargalo, principalmente aos finais de semana e feriados.
Como parar ônibus turísticos no Bosque do Papa (Memorial Polonês), no Bosque Alemão, no Parque São Lourenço (Memorial Paranista)?!, Ópera de Arame, então… Lembrando que ônibus turísticos (fretados) têm que permanecer por algum tempo, esperando o retorno do grupo visitante! Bem diferente do Linha Turismo municipal.
Problema antigo, que há anos acende uma luz de alerta para a Prefeitura, a partir dos guias de turismo, que são “a ponta da lança”, os profissionais que acompanham e conduzem grupos de turistas pela cidade, visitando os atrativos, apresentando-os da melhor e mais correta forma, com o detalhamento histórico-cultural, que dignifica e enaltece a capital do Paraná, além de respeitar o turista, tornando a sua estada muito mais proveitosa e inesquecível.
Os guias de turismo são os que enfrentam o dia-a-dia, o trânsito da cidade, dialogando com motoristas (todos), com os passageiros, com os funcionários municipais. São os que têm que dar a solução imediata diante das situações que aparecem.
Por quê toquei nesse assunto?
Simplesmente porque, nesses trinta anos, tudo evoluiu, cresceu, tudo mudou… a população, o volume de veículos, as dimensões dos ônibus!
É urgente reavaliar as condições aqui mencionadas, sob pena de sermos reprovados na avaliação sobre “qualidade no Turismo”!
É urgente conclamar e reunir os atores desse cenário para, de forma responsável e colaborativa, considerar e avaliar sugestões! Nós, guias de turismo, através de nossas representações colocamo-nos sempre à disposição para participar, sugerindo e opinando também; afinal, como ficou esclarecido, somos “a ponta da lança”.
É urgente que houvesse uma fiscalização sempre presente resguardando o nosso direito às vagas destinadas aos veículos de turismo, legalizadas e demarcadas, porém constantemente ocupadas de forma irregular e indevida por veículos particulares.
Este tem sido, talvez, o grande desafio enfrentado pelo Turismo na capital, a ser resolvido de imediato.
A Liguia PR reforça seu compromisso de honrar a cidade e seus dirigentes pelo exercício da crítica construtiva, visando sempre o bom desenvolvimento do Turismo em Curitiba e no Paraná.
* Leandro Alberto Mura, guia de Turismo PR e Nacional/América do Sul, vice-presidente da Liguia PR
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Diante do recorte bem colocado pelo colega Guia se Turismo, Leandro Mura, a questão que me vem a mente é; toda essa estrutura e crescimento da capital paranaense, foi ou é pensado pra receber turistas?
Ou é pra uso exclusivo de seus moradores? O famoso “pra inglês ver”.
O Turismo é o setor que maisnemprega direta, e indiretamente. Necessário que a prefeitura e os curitibanos tenham um olhar mais carinhoso para nosso Turismo.