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fev 27, 2019 editorial Destaques, Opinião 0
* Carolina Ignarra
Carnaval é tempo de quebrar barreiras, preconceitos e curtir a folia nas ruas, nos salões ou mesmo em uma viajem para fugir de toda essa festa. Um período para extravasar, ‘rasgar a fantasia’ e fazer uma pausa para continuar o ano que só está começando.
O Carnaval para o brasileiro é mais que uma festa. É um direito de todos. Todos? Onde ficam as pessoas com deficiência durante esse período de folia? Há tempos que não é mais possível ver e ouvir o carnaval passar apenas pela televisão e pela janela.
De acordo com dados do IBGE, mais de 24% dos brasileiros possuem algum tipo de deficiência. São cerca de 45 milhões de foliões à espera de espaço nessa diversão. O Carnaval inclusivo é uma realidade de sucesso que vem ganhando novas iniciativas que têm transformado essa festa em uma realmente popular. A inclusão não é uma escolha. É um dever. A essa altura dos fatos, não é mais possível tornar invisíveis crianças e adultos com deficiência de qualquer tipo nessa festa. A folia deve ser uma opção de todos e não o contrário.
E essa busca pela inclusão carnavalesca existe. São tantas inciativas pelo Brasil afora que nem dá para citar, mas dá para entender o quanto a demanda é real e necessária. Numa rápida pesquisa pela internet, já é possível encontrar blocos com nomes para lá de bem-humorados, como: “Escola de Samba Embaixadores da Alegria”, e os blocos “Todo mundo cabe no mundo”, “Senta que eu empurro”, “Inclusivo Eficiência e Folia”, “Tá Pirando, Pirado, Pirou!”, “Do Pedal”, “Eficiente”, “Samba com as mãos”, entre outros que nascem todos os dias e agrupam mais e mais interessados nesse artigo de luxo que é a alegria.
Incluir pessoas com deficiência requer muito menos do que se imagina. A regra é deixar valer a máxima “quanto mais acessibilidade, menos eu percebo as limitações da deficiência”. Como a alegria é a tônica desse enredo, vamos tornar as coisas mais fáceis e menos constrangedoras nesses momentos de euforia e lembrar que pessoas com deficiência também comem, beijam, dançam (por que não?). Não precisam ser exaltados como heróis, vencedores etc. Isso é incômodo e prejudica a inclusão de fato. Ajuda pode, quando for solicitada. Ah, e cadeira de rodas não é guarda-volumes!
Clamemos às agremiações, governos, instituições ligadas a essa festa: “Vamos incluir todo mundo! É simples e é justo”. Que as máscaras do preconceito caiam de vez e mostrem um Carnaval igualmente feliz e seguro para todos! A festa é sua, a festa é nossa, é de quem quiser…
* Carolina Ignarra, sócia fundadora da Talento Incluir
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