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jun 18, 2020 editorial Destaques, Hotelaria 0
Entre os setores econômicos mais impactados pela pandemia do novo coronavírus, o turismo e a hospitalidade praticamente zeraram suas atividades. Há previsões apontando uma volta aos índices de 2019, no turismo de lazer, nos próximos 18 meses e, no de negócios, daqui a três anos.
Para traçar um panorama da situação da indústria de hotéis independentes do país e suas expectativas nesse momento de retomada, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis-ABIH realizou um levantamento entre os dias 10 e 16 de junho e reuniu informações sobre a situação desse segmento da hotelaria em todas as regiões do Brasil.
De acordo com o estudo, a hotelaria nacional independente aponta a falta de apoio municipal e estadual para a recuperação do setor, ainda com mais de 95% dos hotéis fechados e com índices de ocupação beirando a 0%. De norte a sul, é unânime a necessidade de liberação de crédito, modernização da legislação e melhoria da infraestrutura de acesso. A previsão na maioria dos estados indica o reinício das atividades entre julho e setembro.
Para o presidente da ABIH, Manoel Linhares, a MP 936/20, suspendendo o contrato de trabalho e reduz o salário e a jornada, e sua prorrogação, deu um alento e vem impedindo o fechamento de centenas de meios de hospedagem formais e a demissão de mais de dez milhões de empregos.
“A medida provisória assinada pelo presidente trouxe um alívio para a hotelaria, mas os hoteleiros, na sua maioria absoluta, ainda não conseguiram nos bancos a liberação de créditos, mesmo aqueles sem problemas cadastrais. Precisamos de uma força tarefa administrativa e legislativa para não só sairmos dessa crise, mas para sobrevivermos a ela, pois para atingir o ponto de equilíbrio um hotel precisa funcionar com 40% a 50% de ocupação”, alerta Linhares, também apontando a indefinição da já deficitária malha aérea como um agravante para o panorama geral e para a retomada do turismo em todo o território nacional.
Nordeste
De acordo com o levantamento da ABIH, a Bahia está com 95% dos hotéis com operações suspensas e tem a expectativa de início da retomada do turismo em paralelo à reabertura de unidades dos grandes grupos de hotéis, programada para julho.
No Ceará, o impacto foi de 100%, mas os meses de julho e agosto deverão marcar o início da retomada do turismo, principalmente na capital, devido à permissão para a reabertura das barracas nas praias e à volta ao funcionamento do Beach Park, atrativo importante de Fortaleza.
Em Pernambuco, mais de 80% da hotelaria está fora de operação no momento. Apenas Recife mantém aproximadamente metade dos hotéis funcionando, principalmente, para atender aos funcionários das companhias aéreas e profissionais de saúde. Nas regiões turísticas de Porto de Galinhas, Praia dos Carneiros e Litoral Norte, o índice de fechamento dos meios de hospedagem chega a quase 100%.
No Maranhão, além das restrições ligadas à pandemia do coronavírus, a capital São Luís, principal polo turístico do estado, está com diversos problemas de acesso, com as estradas em péssimas condições.
Os índices em Alagoas são semelhantes aos dos outros estados da região. Estão abertos hoje cerca de 5% dos hotéis, grande parte em Maceió.
Na Paraíba, a retomada das atividades acontece gradativamente desde esse último dia 15, porém grande parte dos hoteleiros permanecerá com as atividades suspensas
Já no Rio Grande do Norte, cerca de 17% dos hotéis está aberta. O restante tem previsão de volta gradativa, aumentando mensalmente até setembro, quando espera-se a abertura de quase todos os meios de hospedagem.
Em Sergipe, os meios de hospedagem estão com taxa de ocupação próxima de zero desde março. A retomada deverá começar no final do segundo semestre, principalmente, através do turismo rodoviário.
Sul
Em Santa Catarina, a previsão é de reabertura de três em cada quatro hotéis até o final de julho e as viagens de pequenas distâncias serão o primeiro nicho a ser retomado.
O Rio Grande do Sul também segue a média nacional, com perto de 5% dos hotéis funcionando no momento, principalmente para atender profissionais de saúde e do setor de aviação. A abertura será gradual e deverá atingir uma média de 50% dos estabelecimentos até final desse mês. Nos destinos de frio, como Canela, Gramado e Bento Gonçalves, durante os finais de semana e em julho, deverão ser abertos até 90% dos estabelecimentos, respeitando sempre o limite de 70% de capacidade para garantir o isolamento. Os hotéis de cidades voltadas para o turismo de negócios, como Porto Alegre, Caxias e Passo Fundo, deverão reabrir de acordo com o tráfego aéreo e com a retomada da economia.
No Paraná, mais de 50% dos meios de hospedagem permanecem abertos na capital, Curitiba. Entre os com operações paralisadas, 60% não têm previsão de reabrir, e em torno de 25% deverão retomar as atividades somente em junho, e o restante em julho.
Centro-Oeste
Em Brasília, a maioria dos hotéis está fechada, pois não há público para justificar as operações. Alguns estabelecimentos estão hospedando idosos, agentes penitenciários e de saúde, com ocupação em torno 4% ou 5%.
Em Goiás, aproximadamente 95% dos meios de hospedagem está fechada há mais de setenta dias. A previsão é de uma retomada mais consistente a partir de agosto.
No Mato Grosso, o interior registra números melhores em comparação com a capital, principalmente por causa de o agronegócio seguir mantendo suas atividades. Em Cuiabá, a ocupação na capital está em torno de 20% e os principais hotéis só deverão abrir a partir do início do julho.
No Tocantins, a paralisação é quase total, com nível de ocupação muito baixo e diversos hotéis fechados. A tendência é a retomada primeiro do turismo interno e em regiões como o Jalapão, Cantão e Serras Gerais, as quais já propiciam um isolamento natural.
Região Sudeste
No Rio de Janeiro, a taxa de ocupação é semelhante à dos outros estados, com índice abaixo de 5% e a maioria dos hotéis de cidades turísticas do interior do estado com portas cerradas. Hoje, são 90 estabelecimentos fechados na capital fluminense, impactando diretamente 20.000 trabalhadores.
No Espírito Santo, dos 1.500 hotéis do estado, aproximadamente metade ficou fechada em março e abril. Atualmente, 30% ainda não retornaram e não é possível projetar se todos conseguirão retomar as atividades. A taxa de ocupação dos ainda abertos não passou, em março e abril, de 12,3%. Já em maio, o índice chegou aos 20,8%.
Em Minas Gerais, os hotéis estão com ocupação muito baixa, em torno de 8%, e há muitos fechados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Não existe proibição para o funcionamento dos hotéis no estado, mas não tem demanda para justificar a abertura.
Norte
No Amazonas, o impacto da pandemia na hotelaria é muito grande. Dos cerca de 13.000 leitos cadastrados pela ABIH-AM estão sendo usados apenas cerca de 600 deles.
No Pará não há grandes expectativas para a retomada nos próximos dois meses. O reinício das atividades será pontual, em alguns municípios com projetos de mineração ou ligados ao agronegócio. Há muitas restrições de abertura por todo o estado.
Roraima sofre com a diminuição de cerca de 80% de voos para a capital Boa Vista. Vários hotéis já fecharam as portas, em função de índices de ocupação por volta de 5%.
No Acre, o panorama é semelhante, com hotéis com média de ocupação abaixo de 10%. Esse índice não deverá subir muito até agosto. Possivelmente, de setembro a dezembro haverá leve melhora.
Finalmente, em Rondônia, sem obrigatoriedade de fechamento para os hotéis, o movimento tem sido muito pequeno. Na capital Porto Velho, desde o início da pandemia, o movimento caiu 90% e de 30% a 40& dos hotéis fecharam. A expectativa é de melhorias a partir de julho.
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